Radio

sábado, 13 de março de 2010

Suspeito de ter assassinado cartunista queria que vítima o reconhecesse como Jesus

O universitário Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, suspeito de assassinato contra o cartunista Glauco, queria ajuda para provar à mãe que é Jesus. A versão foi contada nesta sexta-feira pela enteada do cartunista, segundo o cunhado de Glauco, Douglas Pinheiro, que a acompanhou durante depoimento em Osasco.

Segundo Pinheiro o suspeito rendeu a família e queria levar todos para sua casa para que eles o ajudassem a convencer a mãe de que é Jesus. Glauco resistiu à ideia de levar todos e se prontificou a ir sozinho, mas ainda assim foi atingido por quatro tiros.

Primo de Glauco e um dos fundadores da Igreja Céu de Maria, Orlando Cardoso de Oliveira, disse que o suspeito rendeu a enteada do cartunista e a fez bater na porta da casa de Glauco.

Segundo ele, Glauco saiu da casa e teve uma arma apontada para a cabeça. Foi quando o suspeito pediu que ele o acompanhasse até a casa dele.

“Ele escolheu o Glauco talvez pelo fato de ele ser um líder e carismático”, disse Oliveira. Quando Glauco já estava entrando no carro, o filho Raoni chegou, de acordo com o parente. O suspeito, então, ameaçou se matar e chegou a apontar a arma para a própria cabeça.

“Ele [o suspeito] estava afastado há seis meses da igreja. E não usava nenhum remédio psiquiátrico. Quem toma medicamento, não pode ingerir o daime.” Segundo Oliveira, em 2009, 11 mil pessoas passaram pela igreja fundada por ele e por Glauco.

O delegado Archimedes Cassão Veras Junior, do Setor de Investigações Gerais de Osasco, afirmou que a polícia já conversou com familiares do suspeito do assassinato do cartunista Glauco e do filho dele, Raoni.

De acordo com o delegado, a família afirmou não saber onde o jovem de 24 anos está. Archimedes disse que, pela descrição da família, o rapaz tem perfil “problemático”, pois não arrumava emprego e já teve passagem por porte de drogas, possivelmente maconha.

Archimedes disse que o autor do homicídio foi identificado pelas testemunhas como o jovem. “O autor do homicídio é esse indivíduo”, disse o delegado. A polícia investiga ainda a possibilidade de envolvimento de outras pessoas, segundo o delegado. “Uma ou duas”, disse.

Os familiares do suspeito disseram que não sabiam que ele tinha ido à casa de Glauco. A polícia acredita que ele tenha ido conversar porque era frequentador da casa e costumava pedir conselhos ao cartunista.

Os corpos do cartunista Glauco e do filho dele, o universitário Raoni, serão enterrados neste sábado (13), no Cemitério Gethsêmani Anhanguera, em Osasco, na Grande São Paulo.

Os corpos foram liberados pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Osasco por volta das 13h30 desta sexta-feira e seguiram para a Igreja Céu de Maria, do Santo Daime, que fica ao lado da casa do cartunista, próximo do local do crime, onde serão velados.

Segundo o Cemitério Gethsêmani Anhanguera, os corpos serão velados na igreja até as 9h de sábado. Ao chegarem no cemitério, haverá mais duas horas de velório. O sepultamento deverá ocorrer entre 11h e 12h de sábado.

Fonte: G1